— Estamos monitorando, fazendo ajustes e debatendo os eventos. Seguimos discutindo para na primeira semana de outubro dar outro passo, com a divulgação de protocolos para shows e atividades culturais no Estado e feiras de maior porte também — destacou Leite.

A expectativa, segundo o governador, é de que a liberação ajude a evitar a disseminação de eventos clandestinos, mas que tudo depende de se manter "a condição de redução dos casos para que se possa ter um retorno seguro das atividades".

No fim da manhã desta quinta, Leite se reuniu com representantes de bandas, grupos nativistas, casas de festas, casas noturnas e de espetáculos. Em reunião fechada, ancorados pelo deputado Ernani Polo, presidente da Assembleia Legislativa do RS, os empresários debateram a retomada das atividades. 

Em nota, o Grupo Live Marketing RS - que realizou o evento-teste no Auditório Araújo Vianna - informou que "o governador Leite também disse que compreendia a situação delicada que esta parte do setor tem enfrentado, mas que na próxima semana já tratariam dos protocolos dos shows, somente com cadeiras e pessoas sentadas". 

Próximos passos

Em entrevista a GZH, Polo conta que a reunião ajudou a definir que outros setores, dentro da área de eventos, devem realizar eventos-teste em outubro, a fim de alinhar os protocolos de segurança. Os próximos tipos de ações que terão simulações são casamentos, festas infantis e um baile, pensando no público de CTGs. 

— A reunião foi uma boa para fazer interlocução, pois o pessoal está quase no nível de desespero. Já estamos passando de seis para sete meses de paralisação, e sabemos que muitos grupos e bandas pegaram empréstimos para arcar com os gastos neste período. Muitos desses valores estão perto de vencer e não se vê nenhuma ação — conta Polo.

Em um primeiro momento, na semana que vem, o governo deve liberar o protocolo para shows e eventos em um formato semelhante ao realizado no teste no Auditório Araújo Vianna, ação que foi elogiada pelo governador. A capacidade de público deve ser reduzida, oscilando entre 30% a 50% da disponibilidade total das casas de shows, de acordo com Polo.

Marconi Hubner Voss, representante da Associação das Bandas de Baile do RS, também esteve no encontro e o considerou "produtivo", já que as entidades previam uma manifestação para os próximos dias pedindo diálogo sobre a retomada. Ele destaca que foi sugerida "uma atenção especial para boates e casas noturnas", mas com uma série de limitações. Os locais poderiam abrir as portas com espaçamento entre as pessoas, além de fazer o uso de camarotes e mesas para pequenos grupos. 

Em outubro, a Associação de Bandas de Baile do RS, em parceria com outras entidades, deve realizar um primeiro evento-teste neste formato em Canoas. A ideia é promover a realização de um show em uma casa noturna, com o distanciamento e as normas de segurança padrões. Na entrada, o espectador realiza a higienização de calçados e mãos e a aferição de temperatura. A pista de dança segue proibida, e a apresentação deve ocorrer em um local que facilite a circulação de ar.

Voss frisa que esses protocolos de retomada dos eventos devem ser estabelecidos pelo governo estadual, pois acredita que as esferas municipais estão "com medo".

— Essa determinação tem que vir de cima para baixo porque prefeitos ficam com medo de liberar esses eventos. Convidamos o comitê a criar e corrigir protocolos que montamos, e, sim, queremos preservar vidas. Somos responsáveis por 4% do PIB do Estado, só queremos ter a oportunidade de voltar — reflete Voss.